Adesão ao PREVBAHIA acaba com aposentadoria integral dos servidores públicos baianos

Os servidores públicos da Bahia podem cair em mais uma armadilha do governo Rui Costa. Depois da regulamentação da previdência complementar, o Estado iniciou 2017 com a campanha publicitária do PREVBAHIA. De forma incorreta, o material nada alerta sobre a possibilidade de trabalhadores perderem o direito a aposentadoria integral ao ingressarem no novo regime.

Riscos

O PREVBAHIA foi criado em janeiro de 2015 e determina como valor máximo dos benefícios o teto do INSS. Todos os trabalhadores que ingressaram no funcionalismo público depois de 29 de julho de 2016 (data da regulamentação) não poderão ter aposentadoria com valor acima de R$5.578. Na UESB, já existem professores nessa situação.

Os servidores antigos também podem enfrentar o mesmo problema, pois caso decidam aderir ao PREVBAHIA, perderão o direito à aposentadoria integral. Essa importante informação não está presente no material publicitário do Estado.

O regime foi criado para economizar recursos do Estado à custa dos trabalhadores, portanto, interessa ao governo que o máximo de servidores faça parte dessa previdência. Como o ingresso é facultativo, tanto para os antigos funcionários, quanto para ingressou após julho de 2016, o Estado está empenhado em convencer a todos das vantagens do PREVBAHIA.

A reforma da previdência encaminhada pelo ilegítimo governo Temer ataca a aposentadoria integral. No entanto, é preciso ressaltar que enquanto ela não for aprovada com suas regras de transição, os servidores baianos ingressos até o dia 28 de julho permanecem com esse direito.

Saiba mais sobre a reforma da previdência.

O canto da sereia

De acordo com Osvaldo Bertolino, da Fundação Maurício Grabois, uma pesquisa feita em 2006 comprova que só 1% dos brasileiros possui renda satisfatória com a aposentadoria.  Como os governos têm realizado consecutivos ataques à previdência pública (INSS), trabalhadores são cada vez mais forçados a buscar formas de complementar seus salários. O que significa, para muitos, aderir a algum tipo de previdência privada, comumente chamada de fundo de pensão.

Os planos são vendidos com a promessa de significativos ganhos futuros. No entanto, a realidade é que não há qualquer garantia legal de recebimento, pois os rendimentos dos fundos dependem do bom desempenho dos seus investimentos. A má administração pode levar um fundo a falência e colocar em risco a aposentadoria desses trabalhadores, pois eles estão à mercê da ciranda do mercado financeiro.

Fundos de pensão em todo mundo estão ruindo e no Brasil não é diferente. O Postalis (Correios) quase foi à falência por investir em títulos públicos da Argentina, que decidiu há alguns anos não pagar os juros da dívida. Apesar de ter criado o PREVBAHIA, o Estado não possui qualquer responsabilidade em assegurar os rendimentos dos servidores.

Como se proteger

A Adusb recomenda aos docentes que não contratem o PREVBAHIA pela instabilidade que ele representa. A não participação também significa um ato político contra o ataque do governo Rui Costa à previdência pública baiana. Para o funcionalismo público mais antigo, o ingresso significa a perda de um direito fundamental da classe trabalhadora: aposentadoria integral. Desde 2015 a Adusb faz a denúncia do PREVBAHIA, com a realização de seminários, notas públicas e panfletagens.

Medidas judiciais

Diante do conteúdo da publicidade do PREVBAHIA, a Assessoria Jurídica da Adusb estuda a possibilidade de impetrar um mandado de segurança para retirada da propaganda elaborada pelo governo Rui Costa. Além disso, analisa o ingresso de uma ação popular em busca de condenação do poder público em razão do ato infracional praticado.

Fonte: Adusb com informações da Previdência Brasil