Há quase um mês, no dia 14 de março, a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, foram executados no centro do Rio de Janeiro (RJ). Desde então, trabalhadores brasileiros e militantes de movimentos sociais têm se mobilizado para exigir a investigação dos assassinatos e a responsabilização dos culpados.
No sábado (14), haverá vigílias e manifestações em homenagem a Marielle e a Anderson por todo o país, a partir das 6h. A maior manifestação deve acontecer na capital fluminense. De tarde serão realizados também o “Sarau Eu Sou Porque Nós Somos por Marielle” na favela da Maré e a “Oficina Marielle Vive em nossa luta” na Escola de Teatro Popular. Em alguns lugares, como Porto Alegre (RS) e Brasília (DF), as vigílias ocorrerão na noite de sexta (13). Em Salvador (BA) o ato de homenagem ocorrerá sábado (14) às 14h com concentração na Praça do Campo Grande.
O ANDES-SN realizará, também, uma homenagem. Ela acontecerá no sábado, durante reunião conjunta dos Setores das Instituições Federais de Ensino (Ifes), das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino (Iees/Imes), e dos Grupos de Trabalho de Carreira (GTCarreira), de Política de Formação Sindical (GTPFS) e de Política Educacional (GTPE).
Marielle
Marielle era mulher, negra, da favela e lésbica. Nasceu e foi criada na Favela da Maré. Com 18 anos, entrou em um cursinho popular do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré, mas teve que abandonar os estudos por conta da gravidez. Dois anos depois, voltou ao cursinho e passou no vestibular da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) para cursar Ciência Sociais, com bolsa integral. Cursou mestrado em administração pública na Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua dissertação teve o tema “UPP: a redução da favela a três letras”. Seus últimos anos foram vividos ao lado da arquiteta Monica Tereza Benício, a quem considerava “minha companheira de vida e amor”.
Militante do PSOL há mais de uma década, Marielle trabalhou no gabinete do deputado estadual Marcelo Freixo, atuando na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias e na Comissão de Direitos Humanos, recebendo denúncias de violações de direitos humanos no Rio de Janeiro e acolhendo famílias vítimas da violência, fossem civis ou policiais. A violência foi, também, a razão que a levou a militar. Marielle perdeu uma grande amiga, vítima de bala perdida num tiroteio entre policiais e traficantes na Maré, e resolveu transformar sua dor em ação política.
Em 2016, Marielle se candidatou a vereadora na capital fluminense. Foi a quinta candidata mais votada da cidade, e a segunda mulher mais votada para o legislativo em todo o país, recebendo 46 mil votos. Marielle foi a terceira mulher negra eleita vereadora do Rio de Janeiro em toda a história.
Fonte: CSP-Conlutas e ANDES-SN com edição Fórum das ADs