Nesta quarta-feira (25), o movimento docente das Ueba (Universidades Estaduais da Bahia) paralisou as atividades acadêmicas contra o silêncio do governador Rui Costa (PT) sobre a pauta de reivindicações 2018. Os professores realizaram uma mobilização na capital baiana que contou com o apoio dos estudantes e de outras categorias do funcionalismo público. No interior da Bahia também ocorreram manifestações.
O protesto em Salvador foi marcado com panfletagens, palavras de ordem, banda de sopro e poetas que denunciaram, através das rimas, problemas sociais. Apesar da forte chuva, o ato se manteve de pé durante toda manhã. A categoria dialogou com a população baiana sobre a situação crítica que os professores e o funcionalismo público enfrentam há três anos, sem reajuste salarial. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o prejuízo imposto pelo governo estadual petista já representa a maior perda salarial dos últimos 20 anos. Para recompor as perdas salariais dos últimos três anos, é necessário um reajuste de, no mínimo, 21,1%.
Leia mais sobre as perdas salariais.
Manifestação com palavras de ordem e poesias. Foto: Ascom Fórum das ADs
Além da questão salarial, as falam também trataram da restrição a outros direitos trabalhistas e da crise de financiamento das Universidades Estaduais. A ação foi reforçada pela nova campanha de mídia deste ano. Faixas, cartazes, balões, pirulitos, bandeiras e camisas deram visibilidade ao protesto. No interior da Bahia, nos campi da Uesb de Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié, os portões foram fechados com café da manhã, panfletagens e mobilização.
Docentes no interior da Bahia também denunciaram as perdas salariais. Foto: Ascom Adusb
Pauta 2018
As reivindicações do movimento docente para este ano foram entregues na Governadoria e nas secretarias estaduais da Educação (SEC), da Administração (Saeb) e das Relações Institucionais (Serin) no dia 18 de dezembro de 2017. Até o momento o Governo da Bahia se mantém em silêncio e inflexível para diálogo com o Movimento Docente.
Ao todo, são mais de 957 docentes com direitos trabalhistas previstos em lei negados. Estão travadas nas quatro universidades estaduais 472 promoções, 284 progressões e 201 mudanças de regime de trabalho. O estrangulamento orçamentário também é um grande problema. Desde 2013 as universidades acumulam um corte de mais de R$ 200 milhões no custeio e investimento.
A última vez que o governo reuniu-se com o movimento docente foi em setembro de 2017. Mesmo assim, não apresentou nenhuma proposta em relação à pauta de reivindicações. Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, destacou que a paralisação foi importante para mostrar a indignação com a intransigência do governo Rui Costa. As Associações Docentes avaliarão os próximos passos da luta.