A campanha do abaixo-assinado contra a Reforma da Previdência está ganhando as ruas em várias regiões do país. A coleta de assinaturas, lançada pelas centrais sindicais no último dia 4, está sendo feita em fábricas, locais de trabalho, feiras, bairros, terminais rodoviários e outros locais públicos.
Entidades e movimentos filiados à CSP-Conlutas estão passando o abaixo-assinado em vários locais. Essa semana, já ocorreram atividades em São Luís (MA), Fortaleza (CE), São José dos Campos (SP), Boa Vista (RR), entre outros (envie informes e fotos para imprensa@cspconlutas.org.br ou via whatsapp (11) 98304-0182).
Os primeiros informes relatam que é muito grande a receptividade dos trabalhadores e da população em geral ao abaixo-assinado, assim como a rejeição às mudanças pretendidas pelo governo Bolsonaro. Muitas pessoas também querem saber mais sobre as consequências dessa reforma para a aposentadoria dos trabalhadores.
Pesquisa Datafolha
A avaliação coincide com pesquisas realizadas nos últimos dias. Segundo o Datafolha divulgou na segunda-feira (8), a Reforma da Previdência é rejeitada por 51% dos brasileiros. São favoráveis à proposta 41%, enquanto 2% se dizem indiferentes e 7% não souberam responder.
A maior rejeição é por parte das mulheres (56%), que, de fato, serão um dos segmentos mais prejudicados com a reforma. O índice supera em, pelo menos, dez pontos percentuais todas as faixas etárias até os 59 anos de idade. Entre os homens, 48% se dizem a favor e 45% contra.
Alguns dos principais pontos da reforma são também os que mais têm rejeição. A maioria é contra a exigência de idade mínima: 65% das mulheres se dizem contra os 62 anos de idade para se aposentar, enquanto 53% dos homens se opõem a mudança para 65 anos. Também há maioria contrária em contribuir 40 anos para a aposentadoria integral: 60% rejeitam. A rejeição é mais do que justificada: a exigência de idade mínima e o tempo de 40 anos de contribuição são medidas que, na prática, vão impedir os trabalhadores de se aposentarem.
Entre funcionários públicos civis e trabalhadores mais pobres, outros dois segmentos penalizados com a reforma de Bolsonaro, a rejeição também é maior. 63% dos servidores são contra a medida.
Outra dado que chama atenção é que a maioria dos brasileiros também se coloca contra regras diferentes de aposentadoria para militares (53%). Mas as apoiam para professores e trabalhadores rurais, com aprovação de 53% e 61%, respectivamente.
A Reforma de Bolsonaro garante privilégios para a alta cúpula militar, mas penaliza os mais pobres e categorias de trabalhadores que têm condições de trabalho e de vida mais penosas, como professores e trabalhadores do campo.
Intensificar a campanha e construir a Greve Geral
O discurso do governo Bolsonaro a favor da Reforma da Previdência não está convencendo os trabalhadores e a maioria da população. A tarefa é intensificar a campanha e a mobilização para denunciar amplamente os ataques nefastos que essa reforma trará para os trabalhadores.
“As pessoas ficam assustadas quando percebem a gravidade dos ataques da reforma de Bolsonaro e que ela significa, na prática, o fim do direito à aposentadoria e a destruição de todo o sistema de seguridade social”, disse o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, Antônio de Barros, o Macapá.
“A adesão ao abaixo-assinado é muito massiva, seja nas ruas ou nas fábricas. Precisamos conscientizar os trabalhadores e ir preparando nossa classe para realizar uma nova Greve Geral. Em 2017, paramos o país e isso foi uma pá de cal sobre a reforma de Temer. Temos de fazer o mesmo agora novamente”, afirmou.
“Em Boa Vista, lançamos o abaixo-assinado no terminal de ônibus e na universidade estadual. Muita receptividade. O povo quer luta. Precisamos divulgar a campanha”, avaliou Zé Lima, diretor do Sintracomo (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Roraima).
A CSP-Conlutas orienta que todas as regionais, entidades e movimentos filiados, impulsionem a campanha do abaixo-assinado, panfletagens, realização de plenárias e comitês contra a reforma da Previdência.
Em defesa das aposentadorias e da Previdência Social, vamos à luta para derrotar a Reforma da Previdência de Bolsonaro!
Operários da construção civil de Fortaleza (CE)
Operários da Proling, em São José dos Campos (SP)
Operários da Ericsson, em São José dos Campos (SP)
Coleta na Praça Afonso Pena, em SJC (SP)
Coleta de assinaturas em Roraima
Coleta no Maranhão
Em Itajubá (MG), coleta ocorre nas fábricas
Fonte: CSP - Conlutas