Greve dos Petroleiros cresce e já abrange 113 unidades em 13º dia de mobilização nacional

Com adesões em 113 unidades do Sistema Petrobrás, em 13 estados brasileiros, os petroleiros completam nesta quinta-feira (13) o décimo terceiro dia de greve no país contra demissões, privatização e por direitos.

Já são 53 plataformas em cinco estados, 23 terminais, 11 refinarias e mais outras 23 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país. São cerca de 20 mil petroleiros mobilizados. Os trabalhadores enfrentam os ataques, vindos tanto por vias sindicais e patronal aos petroleiros, quanto os do governo contra o conjunto da classe trabalhadora.

A mobilização nacional se dá pela suspensão das demissões na Fafen-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), por direitos previstos no ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), bem como contra o desmonte da empresa, com a possibilidade de fechamento de unidades e mais demissões, contra a precarização das condições de trabalho e a privatização.

Repressão – O TST (Tribunal Superior do Trabalho), via o ministro Ives Gandra Martins Filhos, obrigou que 90% dos trabalhadores mantenha produção habitual, estabelecendo ainda multa de diária de R$ 500 mil, para sindicatos de base territorial com mais de 2.000 empregados, em caso de descumprimento da decisão. Outras entidades sindicais podem ser multadas em R$ 250 mil.

Nesta quarta-feira (12), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, manteve a decisão do TST, em favor da Petrobras e contra a greve dos funcionários da estatal.

A Reman [bem como a Replan] emitiu carta sobre o aceite de liminar da Petrobras que visa impedir a mobilização da categoria.

Saiba mais no link: Todo apoio à greve dos petroleiros: confira panorama nacional neste 7º dia de mobilização da categoria

 Leia também: Sindipetro-SJC denuncia Petrobrás por assédio e prática antissindical durante a greve

Apoio internacional – A Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, organização da qual a CSP-Conlutas faz parte e que reúne organizações sindicais e sociais em todo o mundo, enviou mensagem de apoio aos petroleiros mobilizados. Em moção de apoio, a entidade destaca que enfrentando o principal e atual inimigo, o governo de Bolsonaro, os petroleiros estão defendendo, tendo em vista um histórico de ataques à categoria e à Petrobras, mais uma vez “a companhia do povo brasileiro e a soberania nacional.”

Confira a moção na íntegra: Rede Sindical Internacional envia moção de apoio aos petroleiros em greve nacional

Além disso, a categoria recebeu solidariedade da entidade sindical italiana Cub Trasporti, membro da Rede Internacional, que enviou mensagem de apoio e denunciou os ataques do governo entreguista e ultraliberal de Bolsonaro, que atende aos anseios do imperialismo contra a classe trabalhadora.

Mobilização no RJ –  Nesta quinta-feira (13), a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) e a CSP-Conlutas, junto a outras diversas entidades [confira no viral abaixo], realizou uma passeata em apoio à Greve Nacional Petroleira.

A manifestação teve início às 16h na Candelária. O protesto foi um momento para fortalecer a solidariedade de classe junto a categoria, e contou com participação do bloco de carnaval “O Petróleo é Nosso”.

Sucatear para privatizar – Eduardo Henrique, da FNP e da CSP-Conlutas-RJ, ressalta que “esta luta, que não é somente dos trabalhadores, mas é de toda população brasileira, seguirá firme em defesa de direitos, contra as demissões e a privatização da Petrobras”.

Na segunda (3), a Petrobras iniciou de divulgação de oportunidade para venda de parcela de sua participação de blocos exploratórios, pertencentes às concessões BM-PAMA-3 e BM-PAMA-8, localizadas na Bacia do Pará-Maranhão.

Conforme explica o petroleiro Eduardo, a Petrobras é operadora dos blocos, com 100% de participação na concessão BM-PAMA-3 e 80% de participação na concessão BM-PAMA-8, em parceria com a Sinopec Exploration and Production Brazil (Sinopec), que detém os demais 20%.

Nesse cenário, o desinvestimento será de até 50% na concessão BM-PAMA-3 e de até 40% na concessão BM-PAMA-8. Assim, a Sinopec poderá exercer direito de preferência na concessão BM-PAMA-8 para adquirir a participação da Petrobras.

Entre as empresas que estão na lista de privatização de Paulo Guedes, além da Petrobrás, há Correios, Serpro e Telebras, Dataprev, Casa da Moeda, Lotex, Trensurb e Eletrobras.

As mobilizações pelo país – A greve mobiliza até o momento 113 unidades no Sistema Petrobrás, em 13 estados do país. Veja o quadro nacional de greve atualizado logo abaixo.

Quadro nacional da greve – 13/02

53 plataformas

11 refinarias

23 terminais

7 campos terrestres

5 termelétricas

3 UTGs

1 usina de biocombustível

1 fábrica de fertilizantes

1 fábrica de lubrificantes

1 usina de processamento de xisto

2 unidades industriais

3 bases administrativas

 

 

 

A greve em cada estado:

Amazonas

Terminal de Coari (TACoari)

Refinaria de Manaus (Reman)

 

Ceará

Plataformas – 09

Terminal de Mucuripe

Temelétrica TermoCeará

Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)

 

Rio Grande do Norte

Plataformas – PUB-2 e PUB-3

Ativo Industrial de Guamaré (AIG)

Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais

 

Pernambuco

Refinaria Abreu e Lima (Rnest)

Terminal Aquaviário de Suape

 

Bahia

Terminal de Candeias

Terminal de Catu

UO-BA – 07 áreas de produção terrestre

Refinaria Landulpho Alves (Rlam)

Terminal Madre de Deus

Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)

 

 Espírito Santo

Plataforma FPSO-58

Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR)

Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)

Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)

Sede administrativa da Base 61

 

 Minas Gerais

Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)

Refinaria Gabriel Passos (Regap)

 

 Rio de Janeiro

Plataformas (34) – PCH1, PCH2, P07, P09, P15, P18, P19, P20, P26, P31, P32, P35, P37, P43, P47, P48, P50, P51, P52, P53, P55, P56, P61, P62, P63, P56, PNA2, P12, P54, PGP1, P25, P74, P76, P77

Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB)

Terminal de Campos Elíseos (Tecam)

Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)

Refinaria Duque de Caxias (Reduc)

Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)

Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)

Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)

 

 São Paulo

Terminal de São Caetano do Sul

Terminal de Guararema

Terminal de Barueri

Refinaria de Paulínia (Replan)

Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)

Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap)

Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)

Plataformas (04) – Mexilhão, P66, P67 e P69

Terminal de Alemoa

Terminal de São Sebastiao

Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)

Termelétria Cubatão (UTE Euzébio Rocha)

Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos

Terminal de Pilões

 

 Mato Grosso do Sul

Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)

 

 Paraná

Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)

Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)

Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)

Terminal de Paranaguá (Tepar)

 

 Santa Catarina

Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)

Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)

Terminal de Guaramirim (Temirim)

Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)

Base administrativa de Joinville (Ediville)

 

 Rio Grande do Sul

Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)

 

 A CSP-Conlutas expressa total apoio à Greve dos Petroleiros!

Vamos fortalecer a luta rumo ao controle de produção e à Greve Geral.

Por uma Petrobras 100% estatal, em defesa do emprego, dos direitos e pela redução dos preços dos combustíveis e gás de cozinha!

 

Via cspconlutas.org.br