No momento em que a prioridade é salvar vidas, Bolsonaro explicita a necroeconomia

Enquanto o mundo vai buscando entender o novo coronavírus e reconhecendo os erros e acertos no processo de combate a pandemia, o presidente da república, Jair Bolsonaro, incentiva a vida normal. Em uma explicita campanha de que o Brasil não pode parar, pois tem que salvar a economia, Bolsonaro e seus aliados de extrema direita, incentivam carreatas, aglomerações e a reabertura do comércio.

Em entrevista, na manhã do dia 26 de março, Bolsonaro afirmou que está seguindo o caminho correto e que, inclusive, que sua estratégia está no caminho do proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No mesmo dia, a noite, os jornais mundiais anunciaram que os Estados Unidos se tornou o centro mundial da pandemia com mais de 90 mil casos e 1.442 mortos. O Brasil dobra o número de mortos de um dia para o outro, contrariando o senso comum proclamado pelo presidente da nação, matando inclusive pessoas com menos de 40 anos e fora da chamada ‘‘zona de risco’’.

Não satisfeito, o presidente da república, que demonstra a cada pronunciamento – seja de forma virtual ou presencial -, sua incapacidade de governar o Brasil. Um exemplo claro foi quando afirmou que nas lotéricas não há risco de contaminação pois “se há vidro blindado, não vai passar vírus ali”, desconsiderando a mais óbvia das recomendações indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é não aglomerar pessoas em filas. Ou seja, o presidente dissemina um conjunto de bobagens que contrariam a ciência e o bom senso.

Assim, segue na execução da necropolítica, que, como afirmou Achille Mbembe, filósofo negro, cientista político e professor universitário camaronense, é quando se nega a humanidade do outro e se utiliza de qualquer forma de violência, até a morte.

Com inúmeras evidências de que não possui competência para governar o país, a permanência à frente do governo vai se tornando cada vez mais inviável. Porém, nesse momento de frágil possibilidade de mobilização, é necessário utilizarmos os recursos possíveis, de nossas janelas e das mídias sociais para defender que A PRIORIDADE É SALVAR VIDAS.

Para isso, é necessário revogar a emenda constitucional 95 (que institui o chamado teto dos gastos); fechar todos os postos de trabalho no setor público e privado que não são essenciais e garantir que as trabalhadoras e trabalhadores continuem com seus salários integrais; taxar as grandes fortunas; cobrar aos banqueiros sua contribuição financeira para salvar vidas; idealizar um plano emergencial do governo para as populações mais pobres, trabalhadores informais e pessoas em situação de rua; manutenção do isolamento social e verbas para o Sistema Único de Saúde (SUS), para a Educação, Ciência e Tecnologias Públicas.

Via adusb.org.br