Professores reforçam denúncia contra retorno escolar durante a pandemia

Os governos estão insistindo pelo retorno das aulas presenciais durante a pandemia e seguem com sua política criminosa e genocida. Em localidades em que a volta às aulas aconteceu, houve aumento no número de contaminados entre os estudantes e professores.

O Brasil é o epicentro da pandemia, não faz testagem em massa e atua com dados subnotificados. É neste cenário que os governos daqui, contrariando uma tendência mundial, querem reabrir as escolas.

Em países como a França, que tem a pandemia em controle, e a contaminação e as mortes em declínio, a volta às aulas ocorre apenas nesta semana.  Ainda assim, esse retorno é apontado como preocupante, já que existe a possibilidade, de acordo com especialistas, de uma segunda onda de contaminados.

Bomba relógio prestes a explodir: escolas como foco de contaminação

Em Manaus, que após 20 dias de retorno escolar, pelo menos 342 professores se contaminaram pela Covid-19, com base nesses dados, o sindicato representativo da categoria no estado pediu a suspensão das aulas.

Após a volta às aulas, em 10 de agosto, mais 100 escolas já registraram estudantes e professores contaminados pela doença. (veja a lista de escolas aqui).

 “O retorno escolar pode ser comparado a uma bomba relógio prestes a explodir no colo da classe trabalhadora e do povo pobre, que são os mais afetados pela pandemia”, avalia Joaninha de Oliveira, que integra a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Volta às aulas é criminosa

Prefeitos de cidades da grande São Paulo, com ABC Paulista, já sinalizaram para o não retorno neste ano. Indo na contramão disso, no estado, o governador João Dória (PSDB) está promovendo um retomada gradativa da comunidade escolar, convocando professores e o corpo diretivo a partir de 8 de setembro, para o reforço de alunos.

Dória quer ainda responsabilizar os pais, que terão que assinar um termo, caso queriam que seus filhos façam essas aulas de reforço.  “O próprio governo não se responsabiliza pelo o que pode acontecer”, denuncia em sua rede social a professora Flavia Bischain.

O anúncio veio junto à determinação de aumento nos salários de professores que voltem a essas atividades presenciais. “Depois de deixarem os professores temporários cinco meses sem salários, agora oferecem “adicionais” pra que esses professores arrisquem a vida em escolas sem estruturas”, alerta a professora.

A próxima etapa é a retomada das atividades presenciais dos alunos, prevista para outubro. O governador Dória não considera, contudo, que crianças e adolescentes, em idade escolar, moram com pessoas mais velhas ou com comorbidades e que são consideradas do grupo de risco. Levantamento da Fiocruz confirma que no estado são pelo menos 2,1 milhões de pessoas nessa situação.

Em outros estados como Rio de Janeiro, também existe uma forte pressão pelo não retorno. A categoria está em estado de greve em defesa da vida.

No Rio Grande do Sul o governador também determinou a volta às aulas a partir de 8 de setembro na educação infantil, com a abertura para as demais redes de ensino em setembro e outubro. O que é contestado também pelo sindicato representativo da categoria, que está com uma campanha permanente “escolas fechadas vidas preservadas”.

A pressão para o retorno por parte dos governos ocorre em Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Pará, Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Norte, Acre, Tocantins, entre outros. Em todas essas regiões a luta da comunidade academia segue forte contra esse indicativo.

Professores reforçam denúncia contra retorno escolar durante a pandemia

A CSP-Conlutas segue com sua defesa contra o retorno escolar no período da pandemia e defende a proteção à vida dos trabalhadores em Educação e dos estudantes, que podem contrair a doença e passar para a sua família e amigos.

A Campanha contra a volta as aulas deve ser fortalecida, com a unidade de professores, estudantes, funcionários, pais e entidades em defesa da Educação. É preciso ainda impulsionar essa luta para uma greve sanitária, caso o indicativo de retorno permaneça.

A Central segue com sua campanha permanente e convoca a todas as entidades a se somarem a essa luta!

Acesse os cards da campanha

Acesse o manifesto contra o retorno escolar

Via cspconlutas.com.br