O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus comparsas, que se elegeram com a promessa de combate à corrupção, estão atolados até o pescoço em esquema de desvio de dinheiro para benefício próprio. A figura política da vez é o vice-líder do governo no Senado Chico Rodrigues (DEM-RR), que foi alvo de operação da PF (Polícia Federal) que apura desvio de recursos, por meio de emendas parlamentares, para o combate à Covid-19. O deputado tentou se safar escondendo R$ 30 mil na cueca.
A operação de busca e apreensão chamada de “Desvid-19” e autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) foi realizada nesta quarta-feira (14) na casa do parlamentar em Boa Vista (RR). De acordo com informações divulgadas pelo Jornal O Estado de São Paulo, foram encontrados na residência do parlamentar por volta de R$ 100 mil.
A investigação, que segue em sigilo de justiça, aponta um desvio de verbas, que deveriam ser usadas para a saúde da população diante da pandemia, de pelo menos R$ 1 milhão. Outros sete mandados de busca foram cumpridos em Boa Vista.
A CGU (Controladoria-Geral da União) que também atua na investigação aponta que o desvio fraudulento de dinheiro pode chegar a R$ 20 milhões. O esquema, segundo a controladoria, seria por meio de contratações irregulares feitas por licitação, via Secretaria de Estado da Saúde.
O governo tentará jogar panos quentes e Chico Rodrigues poderá entregar o cargo nos próximos dias.
Bolsonaro tenta se esquivar, mas ele próprio declarou na semana passada que poria fim a Lava Jato porque não existe mais corrupção em sua gestão. O objetivo, no entanto, é o de proteger seus aliados de governo e seus familiares que estão envolvidos em investigações similares.
O deputado que foi encontrado com dinheiro na cueca, tem como assessor o parlamentar Leo Índio que é primo dos filhos de Bolsonaro e muito próximo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
O filho do presidente também está sendo investigado pela PF no esquema de Fake News, de disseminação de notícias falsas e ataques virtuais nas redes sociais que apontam para o envolvimento do chamado “gabinete do ódio”, formado por pessoas ligadas diretamente ao presidente de ultradireita e capitaneado por Carlos Bolsonaro.
E o povo?
O governo de Bolsonaro, Mourão e Guedes segue com sua política de reformas e rebaixamento de direitos dos trabalhadores, com a alegação de que é preciso economizar e enxugar a máquina pública. O discurso, como vimos nas investigações da PF, se mostra falacioso, já que parlamentares da base do governo, estão desviando dinheiro que deveria ser destinado à saúde da população.
Os trabalhadores seguem sendo os mais prejudicados diante da pandemia, com alto índice de desemprego, alta nos preços dos alimentos, rebaixamento do auxílio emergencial que agora é de apenas R$ 300 e será pago somente até dezembro.
A CSP-Conlutas lançará neste sábado (17) um programa dos trabalhadores de combate à crise econômica e sanitária no país, em defesa da classe e contra esse governo que só penaliza o povo pobre.
O programa tem uma série de exigências, dentre elas, o fim da corrupção. “Basta de corrupção! Defendemos o confisco de todos os bens dos empresários e empresas corruptas. Esse patrimônio deve ser estatizado e os recursos investidos nos serviços públicos”. (Confira todo o programa aqui)
É preciso dar um basta nesse governo e exigir apuração e prisão de todos esses corruptos. Fora Bolsonaro, Mourão e Guedes!
Via CSP-Conlutas