Auxílio emergencial está prestes a acabar e Bolsonaro não tem alternativa para 67 milhões de brasileiros
Foto: Marcello Casal Jr/Agenda Brasil

Segundo o ministro da Economia Paulo Guedes, o governo não pretende prorrogar o auxílio emergencial depois de dezembro. Os mais de 67 milhões de brasileiros que dependem deste auxílio simplesmente deixarão de receber esta assistência a partir de janeiro.

Com uma cara de pau e cinismo sem limites, Guedes chegou a afirmar que “a pandemia está cedendo e a atividade econômica está voltando” para justificar tamanha crueldade do governo. O ministro ultraliberal deve estar falando sob a ótica do grupo de bilionários, dos quais vive próximo, que lucraram e ficaram ainda mais ricos com a pandemia.

Mas, para o povo, a situação é de grave crise social. Os índices revelam o aumento recorde do desemprego, a alta no preço dos alimentos e da inflação e a volta do aumento de casos e mortes pela Covid-19 no país.

Desemprego, inflação, Covid

Nesta sexta-feira (27), o IBGE divulgou dados da Pnad Contínua referente o terceiro trimestre encerrado em setembro. A taxa de desemprego bateu novo recorde atingindo 14,6% dos brasileiros. São 14,1 milhões de pessoas sem emprego. O nível de ocupação segue em queda e atingiu a marca de 47,1%. Ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

A inflação também assombra a mesa dos trabalhadores e mais pobres.  O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), referência da inflação oficial no país, avançou 0,86% em outubro. A maior alta para o mês desde 2002.

O índice foi puxado principalmente pelos alimentos. Entre os itens que mais subiram, destaque para alimentos como o arroz (13,36%, após alta de 17,98% em setembro), óleo de soja (17,44%, após avanço de 27,54% em setembro) e carnes (4,25%, após alta de 4,53% em setembro). A prévia de novembro também aponta alta de 0,81%.

Já a pandemia, ao contrário do que diz Guedes, registra aumento de casos e óbitos na maior parte do país. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (26), pelo consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registrou 37.672 novos casos de Covid-19 e 698 mortes causadas pela doença nas últimas 24 horas. O número total de mortos no país já atingiu 171. 497 pessoas.

Um programa emergencial em defesa dos trabalhadores

Os 67 milhões de brasileiros que precisaram do auxílio emergencial para sobreviver nos últimos meses são, e serão, os mais penalizados por essa crise sanitária e econômica que, vale ressaltar, é agravada pela política ultraliberal e genocida do governo Bolsonaro, que não combateu efetivamente a pandemia e que só beneficia banqueiros, grandes empresários e o agronegócio.

“É inadmissível que o governo acabe com este auxílio emergencial. É preciso, ao contrário, que o valor do benefício volte a ser de, pelo menos, R$ 600, que foi pago nos primeiros meses”, afirma o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha.

“Além disso, qualquer tentativa de Bolsonaro e Paulo Guedes em bancar a manutenção do auxílio ou de um novo programa social à custa de retirada de direitos, como o congelamento das aposentadorias no país, como já foi cogitado, precisa ser repudiada”, disse.

“A CSP-Conlutas defende que há solução para os problemas que afligem a classe trabalhadora, os mais pobres, os pequenos proprietários. Basta suspender imediatamente o pagamento da ilegal Dívida Pública aos banqueiros, taxar e confiscar as grandes fortunas dos capitalistas, estatizar os bancos, proibir remessas ao exterior, entre outras medidas. Os ricos devem pagar pela crise que criaram”, concluiu Mancha.

A CSP-Conlutas elaborou um Programa Emergencial dos Trabalhadores para enfrentar a pandemia e crise e traz propostas concretas para proteger os empregos, a renda e a vida dos trabalhadores. Confira aqui:  https://bit.ly/3fSmqQx

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