Diretoria da Adusb biênio 2021-2023 toma posse

A chapa eleita “Esperançar, insurgir e transformar” foi empossada em assembleia nesta quinta-feira (13). O resultado da eleição foi homologado pela categoria e a nova diretoria conduzirá a Adusb durante o biênio 2021-2023. A cerimônia contou com a participação de representantes do ANDES-SN, Fórum das ADs, Adusc, Adufs, Aduneb, APUB, Sindicato dos Bancários, Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro e DCE UESB Jequié.

A presidente da diretoria da Adusb que se encerrou, Soraya Adorno, abriu a cerimônia lamentando as mais de 420 mil mortes pela covid-19, fruto da irresponsável política genocida do governo Bolsonaro. Na sequência, o presidente da Comissão Eleitoral Altemar Lima apresentou o resultado da eleição, realizada de 26 a 28 de abril. Foram 350 votos válidos, sendo 338 votos favoráveis (97%) à chapa “Esperançar, insurgir e transformar”, 11 nulos (3%) e 1 branco (0%). A votação corresponde a um comparecimento de 40% da categoria, valor que se mantém dentro da média histórica nas eleições da Adusb. O resultado foi homologado por unanimidade entre filiadas e filiados presentes.

“A alegria que temos de compartilhar esse momento é a alegria do esperançar na luta, do insurgir e do transformar, que a nova diretoria traz ousadamente como proposta em tempos tão difíceis. A nossa alegria é por saber que existem lutadoras e lutadores dispostos a estar nas direções dos nossos sindicatos, a estar nas direções das nossas seções sindicais. É saber que em todos os lugares desse país, nós temos trabalhadores e trabalhadoras da educação que defendem a educação pública e que pretendem construir o enfrentamento. Isso não é pouca coisa. Estar na posse de uma diretoria de uma seção sindical que tem uma grande história de luta, uma grande história de enfrentamento, é muito significativo neste contexto de ataque aos movimentos sociais”, afirmou Rivânia Moura, presidente do ANDES-SN.

O coordenador do Fórum das ADs e presidente da Adusc, Arturo Samana, ressaltou que a luta da nova diretoria será grande, pois “o momento que estamos passando não foi pensado por ninguém. Os ataques continuam e a pandemia da covid tem um grande aliado: o governo Bolsonaro”. O dirigente também lembrou a importância do Fórum das ADs, que considera como uma “entidade viva, por essas quatro ADs [...] Temos as nossas diferenças, porém estamos todos juntos pelo movimento docente, pela defesa do trabalhador, pela defesa dos alunos e agora pela defesa da vida”.

Soraya Adorno agradeceu a confiança da categoria e o trabalho realizado pela diretoria que encerrou seu mandato. Chamou atenção ainda à “máxima que temos nos movimentos sociais de que ‘ninguém solta a mão de ninguém’ foi muito verdadeira dentro da Adusb ao longo desses mais de 2 anos”. A ex-presidente retomou lutas realizadas ao longo da gestão, especialmente o movimento paredista de 2019, “uma greve muito dura, com um governo extremamente duro e insensível, que se mantém até os dias de hoje com a mesma insensibilidade com relação às necessidades dos funcionários públicos da Bahia de forma geral. Tivemos um trabalho árduo nessa greve, com muitas demandas, mas que ao final, nós entendemos que foi um movimento grevista vitorioso em vários aspectos”. Fazendo uma brincadeira com os lemas da diretoria que se encerra e da que se inicia, Soraya afirmou que “é preciso estar atento e forte para esperançar, insurgir e transformar”.

A nova diretoria foi representada pelo presidente Alexandre Galvão que agradeceu a confiança da categoria, mesmo numa conjuntura tão difícil quanto a atual, não abriu mão de fortalecer a democracia interna do sindicato e participou de forma significativa da eleição. Relatou ainda situação vivida pelos docentes que têm labutado de forma extenuante e incessante devido ao trabalho e ensino remotos. Alexandre ressaltou que “em meio a essa dura realidade, nós não podemos nos omitir. Não podemos aceitar que políticas genocidas se imponham em nosso país, não podemos aceitar que em virtude da pandemia todos os nossos direitos, conquistados a duras penas por meio da luta, sejam agora espoliados por governos comprometidos com o capital. Educação não é serviço essencial para os tubarões do capital, educação é direito social a serviço da classe trabalhadora para a construção de uma outra sociedade. Por isso, impõe-se para nós a luta e não a omissão ou alienação”.

A cerimônia foi encerrada com o discurso da vice-presidente Suzane Tosta, que saudou a nova diretoria e celebrou a ampliação da participação das mulheres, 13 do total dos 19 integrantes. A dirigente sindical também alertou sobre os desafios a serem enfrentados pela categoria neste novo período, pois “sabemos que os ataques não param, como se colocou o PL 5595, quando se constrói em todo Brasil, e estamos vivenciando aqui na universidade, os ataques a partir do momento em que apenas iniciamos a nossa vacinação, mas que não representa nenhum tipo de imunização ainda ou de garantia de proteção dos nossos filiados. Muito menos da nossa comunidade acadêmica. Assim como o ANDES, nós defendemos as bandeiras de luta da classe trabalhadora e nesse momento ela representa também a necessidade de lutarmos por vacina para todos e todas e lutarmos também para derrotar esse governo genocida. E logicamente na garantia dos nossos direitos, na busca do fortalecimento com a classe trabalhadora”.