Brasil ultrapassa 435 mil mortes pela Covid e pesquisadores alertam que nova explosão de casos seria crítica

O Brasil registrou neste domingo (16), 971 mortes por Covid-19 em 24 horas, totalizando 435.823 vidas perdidas nesta pandemia. Já o número de pessoas infectadas soma 15.625.218 brasileiros, segundo levantamento do consórcio de órgãos de imprensa, com base em dados apurados junto às secretarias estaduais de saúde.

Ainda segundo o levantamento, a média móvel diária de mortes chegou a 1.915. Já a média móvel de casos nos últimos sete dias foi de 63.286 novos diagnósticos por dia.

Em seu último boletim epidemiológico, em relação à ocupação de leitos de UTI Covid-19, a Fiocruz apontou uma ligeira melhora nos índices, porém, destacou que o alto patamar de casos e óbitos ainda é predominantemente preocupante.  Segundo a instituição, a circulação do vírus no país segue intensa e uma nova explosão de casos a partir do patamar epidêmico atual seria “catastrófico”.

Segunda a instituição, a situação pode ainda dar oportunidade para o surgimento de novas variantes do vírus devido à intensidade da transmissão, como temos visto em outras regiões e países. “A observada manutenção de um alto patamar, apesar da ligeira redução nos indicadores de criticidade da pandemia, exige que sejam mantidos todos os cuidados, pois uma terceira onda agora, com taxas ainda tão elevadas, pode representar uma crise sanitária ainda mais grave”, alertou o documento.

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do sistema Infogripe da Fiocruz, alerta que este cenário reforça a importância de cautela em relação às medidas de flexibilização. Ele destaca que a retomada das atividades de maneira precoce pode levar a um quadro de interrupção da queda ainda em valores muito distantes de um cenário de segurança.

“Tal situação, caso ocorra, não apenas manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, como também manterá a taxa de ocupação hospitalar em níveis preocupantes. Portanto, essas medidas devem ser adotadas até que a tendência de queda seja mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos”, afirma Gomes.

Os primeiros meses deste ano foram os mais dramáticos desde o início da pandemia. Até o fim de abril, o país já tinha registrado mais de 200 mil mortes, enquanto que durante todo o ano de  2020 foram 194.949 vidas perdidas.

Mas, diante de uma ligeira queda nos índices há algumas semanas, governos voltaram a afrouxar as medidas de restrição, permitindo a reabertura de comércios e escolas novamente.

Segundo pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (17), o nível de isolamento dos brasileiros é o mais baixo desde o início da pandemia. De cada 10 brasileiros, apenas 3 estão totalmente isolados ou saem de casa somente quando necessário.

Até agora, apenas 9% da população brasileira recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19, quantidade necessária para a imunização completa contra a doença.

Política genocida do governo continua

Apesar da trágica marca de 435 mil mortes e alertas de uma terceira onda, Bolsonaro segue atacando as medidas de isolamento social. Nesta segunda (17), em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente chamou de “idiotas” as pessoas que, obedecendo medidas restritivas para evitar a disseminação do coronavírus, ficam em casa. No final de semana, durante ato pró-governo em Brasília, Bolsonaro circulou em meio à aglomerações e sem máscara.

Na semana passada, voltou a atacar a China, estremecendo as relações diplomáticas entre os países novamente e o envio de insumos para a produção de vacinas no Brasil.

Enquanto isso, a CPI da Covid-19 no Senado, apesar de depoimentos que só comprovam que este governo de ultradireita vem implementando uma política negacionista sistemática que tem causado um verdadeiro genocídio no país, pode acabar em uma enorme pizza.

“Pelas ações e omissões do governo nesta pandemia, Bolsonaro e Mourão já deveriam ter sido colocados para fora do comando do país há muito tempo. Mas este Congresso, comandado pelo Centrão, engavetou dezenas de pedidos de impeachment e agora age para que a CPI acabe em pizza”, denuncia a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Rosália Fernandes.

“Já está mais do que comprovado que o combate à pandemia e à crise econômica e social no Brasil só poderá se dar com o fim deste governo e não dá para esperar até as eleições de 2022, pois os crimes deste governo estão acontecendo agora. Milhões de brasileiros estão morrendo agora. Por isso, a CSP-Conlutas defende a realização de uma Greve Geral Sanitária até que se garanta vacinas já para toda a população, quebra de patentes, auxílio emergencial, entre outras reivindicações, assim como para colocar para Fora Bolsonaro e Mourão, já”, afirmou.

Via cspconlutas.org.br