Reajustes nos preços dos combustíveis e inflação agravam o empobrecimento da população

Sob o governo de Jair Bolsonaro, fechar as contas do mês se tornou um verdadeiro pesadelo para o brasileiro. Nesta semana, a Petrobras anunciou novos aumentos no gás de cozinha (5,9%), gasolina (6,3%) e diesel (3,7%), indicando que a carestia e o empobrecimento da população vão continuar.

Não vai demorar para que os reajustes atinjam em cheio o bolso do trabalhador. Em São Paulo, os postos de combustíveis já vendem a gasolina, em média, a R$ 5,20 o litro. Mas há várias regiões, que já passa R$ 6. Por sua vez, nas distribuidoras de gás de cozinha, o preço do botijão de 13 Kg ultrapassou os R$ 100. O cenário reflete diretamente no poder de compra e na desvalorização dos salários.

Com a gasolina a R$ 5,20, encher o tanque do carro sai a R$ 286. O valor é cerca de 28,7% do rendimento médio do brasileiro, calculado, hoje, em R$ 995 pelo FGV Social. Isto representa quase seis dias de trabalho. Já para arcar com o gás a R$ 100 são necessários dois dias trabalhados.

O aumento dos combustíveis também deverá afetar os preços dos alimentos, remédios e vestuários, por exemplo. Isso ocorre porque o encarecimento da gasolina e do diesel também impacta o preço do frete, que na maioria das vezes é repassado ao consumidor.

Aumento da inflação

O fantasma da inflação assombra cada vez mais o brasileiro. Os itens chamados energéticos (gás, combustíveis e energia elétrica) serão os verdadeiros vilões do orçamento familiar nos próximos meses.

Além do reajuste desta semana nos preços dos combustíveis, tivemos o reajuste de 52% na cobrança extra (bandeira vermelha patamar 2) das contas de luz, anunciados pela Aneel na última semana.

A taxa medida pelo IPCA foi de 8,35% em junho. O índice refere-se ao acumulado nos últimos 12 meses.

“Bolsocaro”

No grupo que reúne os vinte países mais ricos, o Brasil está na primeira posição no ranking do encarecimento do custo de vida neste período.

Desde que Bolsonaro assumiu a presidência, o gás de cozinha – umas das necessidades básicas do trabalhador – já aumentou 66% e cada vez mais famílias recorrem à lenha ou o carvão para cozinhar. A gasolina segue a mesma tendência. De 2018 para cá, o item está 26% mais caro.

Com a política de preços adotada pela Petrobras, que privilegia o mercado em detrimento da população, o combustível já sofreu seis reajustes em 2021. Em 2020, foram 11. Já o gás de cozinha acumula 15 reajustes desde o início da pandemia.

Já a renda média do brasileiro, segundo estudo da FGV Social, caiu 11,3% durante a pandemia. O valor de R$ 995 está abaixo do salário mínimo atual (R$ 1.100) e é o menor registrado em quase 10 anos.

Estima-se ainda que os brasileiros vivendo na extrema pobreza tenha triplicado no período, chegando a 27 milhões de pessoas. 52 milhões vivem na pobreza e 4,9 milhões de famílias deixaram a classe média para integrar a classe baixa.

Apesar de todo esse cenário de carestia e empobrecimento, o governo Bolsonaro e Mourão segue alheio e, mesmo com a crise sanitária e social em meio à pandemia, manteve o auxílio emergencial em valores irrisórios, entre R$ 150 a R$ 375 por família.

Como têm denunciado as recentes manifestações no país, a política genocida deste governo de ultradireita mata, seja ao não combater a pandemia e o vírus; seja pela fome ou por bala, com a violência contra o povo pobre nas periferias. Fora Bolsonaro e Mourão, já!

 

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