Relatório aponta que dinheiro do SUS bancou gastos militares

Desde o início da pandemia, a população brasileira conviveu com a falta de testes para a Covid-19, falta de cilindros de oxigênio e kits para intubação nos hospitais; e de leitos em UTIs. Um relatório enviado à CPI da Covid do Senado, contudo, revela que parte dos recursos que deveriam ter sido destinados ao SUS para o combate à pandemia foi desviado para bancar gastos militares.

Segundo o levantamento feito pela procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo Élida Graziane Pinto, e divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo, do total de R$ 715 bilhões extraordinários, R$ 435,5 milhões foram desviados para gastos militares, como material odontológico, energia elétrica, água, esgoto, gás e serviços domésticos.

Também há gastos de R$ 1 milhão com uniformes, R$ 225,9 mil com material de cama, mesa e banho e R$ 6,2 milhões com a manutenção e a conservação de bens imóveis e R$ 25,5 mil com material para tratamento de cavalos.

De acordo com a procuradora, recursos do FNS (Fundo Nacional de Saúde) que deveriam ser destinados ao SUS, foram diretamente para órgãos militares.

Um valor de R$ 15,6 milhões foi pago à Comissão Aeronáutica de Washington, em 25 de fevereiro deste ano. A Comissão Aeronáutica na Europa fez dois pagamentos com dinheiro do FNS: o primeiro, de R$ 4,5 milhões, em 2020, e o segundo, de R$ 7,1 milhões, em 2021.

Outros R$ 100 milhões foram para despesas médico-hospitalares com materiais e serviços em hospitais militares, segundo a procuradora, “sem que se tenha prova de que foram gastos em benefício da população em geral, ao invés de apenas atender aos hospitais militares, os quais se recusaram a ceder leitos para tratamento de pacientes civis com covid-19”.

A procuradora ressalta que utilizar dinheiro de um crédito extraordinário para cobrir gastos cotidianos seria uma forma de burlar o teto dos gastos, e orienta que as informações sejam apuradas pela CPI da Covid, pelo MPF (Ministério Público Federal), o TCU (Tribunal de Contas da União) e o CNS (Conselho Nacional de Saúde).

Fora Bolsonaro e Mourão, já!

A pandemia segue matando. Já são mais de 529 mil brasileiros e brasileiras mortas por Covid-19. Mas, como se não bastasse a política genocida que levou o país a atual situação, as últimas semanas tem sido marcadas pelas várias denúncias de corrupção, superfaturamento e cobrança de propina no Ministério da Saúde envolvendo o alto escalão do governo, inclusive o próprio Bolsonaro. Sem falar no esquema das rachadinhas.

Esse governo é insustentável! Em defesa da vida, do SUS, vacinação para todos, por empregos e contra todos os ataques deste governo de ultradireita, é preciso intensificar a luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão, já!

Dia 24 de julho será um novo dia nacional de manifestações e a CSP-Conlutas segue defendendo que as centrais precisam avançar e construir uma Greve Geral Sanitária.

 

CSP-Conlutas com informações: jornal O Estado de S.Paulo