Greve dos trabalhadores da Eletrobras chega ao 13º dia
A mobilização começou em Furnas no dia 17

Os trabalhadores da Eletrobras estão dando exemplo para toda classe trabalhadora brasileira. A greve da categoria contra o aumento abusivo nos planos de saúde chega a seu 13º dia, nesta quinta-feira (27), e cada vez mais unidades aderem à paralisação.

O movimento que começou no dia 17 com os eletricitários cruzando os braços em Furnas, agora tem o reforço da Cepel, Eletronorte e Eletronuclear. A expectativa é que mais unidades se juntem à luta nos próximos dias.

O motivo da greve é o plano da empresa de aumentar de 10% para 40% o valor das alíquotas do plano de saúde que é descontado do salário. Com o custo de vida nas alturas, reflexo do governo Bolsonaro, a solução encontrada pelos companheiros foi a luta.

Para se ter uma ideia, segundo representantes do sindicato da categoria, alguns profissionais, que hoje pagam R$ 500 de convênio, terão de arcar com R$ 2 mil, a partir de fevereiro, data que a empresa pretende executar o reajuste.

Com a pandemia de covid-19 lotando hospitais novamente em todo o país, o aumento abusivo da coparticipação é um duro golpe nos trabalhadores. Muitos deles possuem mais de um dependente nos planos de saúde, o que encarece ainda mais o valor que será cobrado.

Privatização

Para os trabalhadores, os ataques estão atrelados ao processo acelerado de privatização da empresa. No início de janeiro, o governo federal, o BNDES e a Eletrobras apresentaram, em audiência pública, detalhes da venda, cuja conclusão está prevista para abril.

Para representantes dos trabalhadores em greve, o plano da Eletrobras é forçar a saída dos profissionais com o objetivo de diminuir os encargos trabalhistas e facilitar a privatização. Atualmente, o negócio está em análise no TCU (Tribunal de Contas da União).

Outras demandas

Em Brasília, os trabalhadores da Eletronorte também reivindicam o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) atrasada desde 2017. Além disso, eles defendem a isonomia salarial e melhores condições de trabalho

A greve também denuncia a prática do assédio da chefia contra os funcionários, bem como escalas abusivas, diminuição do valor diárias de viagem e ausência de testes de covid nas unidades.

CSP-Conlutas