Quais informações ilícitas Bolsonaro quer esconder por cem anos?
Bolsonaro, ministro e pastores. Foto: Reprodução

Após tanta impunidade promovida por órgãos competentes, o governo Bolsonaro aprofunda a cada dia o descaramento com o qual conduz sua gestão.

O Palácio do Planalto impôs, nesta semana, sigilo por 100 anos sobre os encontros entre o presidente Jair Bolsonaro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura que atuam como um ministério secreto no MEC (Ministério da Educação).

Os dois estão sendo investigados pela Polícia Federal por suspeita de atuarem de maneira secreta pedindo propina – ao que tudo indica para construção de igrejas evangélicas e enriquecimento ilícito-, para liberar verbas da pasta para prefeituras que requerem recursos para obras de creches, escolas, quadras e equipamentos. Além disso, também são investigados por escolherem as prefeituras para as quais liberam verbas.

A imprensa vinha buscando mais informações por meio da Lei de Acesso à Informação sobre a relação das entradas e saídas dos pastores no Palácio do Planalto, incluindo os registros que tiveram como destino o gabinete presidencial, mas a informação foi negada pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), segundo O Globo.

Fontes informaram que desde 2019 os dois pastores têm trânsito livre no Planalto.

A atitude arbitrária e ditatorial deste governo só reforça que ele utiliza métodos anti-democráticos para se proteger e proteger seus aliados. Isto por que se investigadas a fundo as denúncias e se fosse seguida a lei no país, Bolsonaro já teria motivos de sobra não somente para sofrer o impeachment como para estar preso.

Não bastasse o anúncio oficial, Bolsonaro fez gracinhas em suas redes oficiais ao ser questionado por internautas  sobre o motivo do sigilo, o presidente responde que só saberão daqui a cem anos.

O PDT entrou com uma representação junto à PGR (Procuradoria-Geral da República) contra a decretação de sigilo sobre as datas das reuniões do presidente Jair Bolsonaro (PL) com os pastores investigados por atuar no MEC.

Quem são os pastores

Gilmar é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil. Arilton Moura é assessor de Assuntos Políticos da entidade. Segundo o Estadão eles estiveram em 22 reuniões oficiais no MEC no período de 15 meses, sendo 19 delas com a presença do ministro da Educação, Milton Ribeiro.

Entenda o caso

A pedido de Bolsonaro, ministro da Educação prioriza amigos de pastores na liberação de verbas

 

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