“As universidades estão em crise?”, orçamento das UEBA é debatido em calourada do DCE Vitória da Conquista

“Qual universidade queremos?”, indagou a presidenta da Adusb, Iracema Lima, na abertura de sua fala na mesa “As universidades estão em crise! Orçamento e perspectivas de transformação”, uma das atividades da Calourada 2024.1, organizada pelo Diretório Central de Estudantes do campus de Vitória da Conquista (DCE/VC), gestão "Maria Felipa". O encontro aconteceu na noite da última terça-feira, 19 de março, no Auditório do Módulo IV, e também contou com a participação do professor Marcos Tavares, do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCSA), e da estudante do curso de Economia, Zoé Meira. 

 

Com o intuito de apresentar a situação das Universidades Estaduais da Bahia e como é possível melhorá-las para discentes, docentes, técnicas/os e analistas, as/os componentes da mesa mostraram dados orçamentários, deixando evidente o desinvestimento do governo estadual nas instituições e a falta de prioridade na manutenção e expansão desses equipamentos públicos. 

Daniel Amorim, Coordenador de Movimento Sociais do DCE/VC e discente do curso de ciências da computação, explica que o debate tem o intuito de “mostrar a esses novos estudantes o que está acontecendo, porque [...] poucos sabem sobre a universidade de dentro. Nesta semana, a gente está fazendo eventos de formação política para realmente integrar a comunidade acadêmica”.

O docente Marcos Tavares explicou que os números revelam as prioridades e qual a política do governo estadual, principalmente, desde o início do governo Rui Costa (PT), em 2015. “Os efeitos perversos do governo Rui Costa são sentidos, especialmente, em 2016, que já é o orçamento que ele elaborou. A perversidade quanto ao funcionalismo público e, no caso, eu estou citando diretamente os professores, porque é o que a gente acompanha mais, mas não foi diferente com o conjunto dos Servidores Públicos”, considera o professor.

A estudante Zoé Meira expôs as necessidades da categoria discente, como um Restaurante Universitário acessível e de qualidade, aumento e ampliação das bolsas de permanência estudantil e a construção de uma residência universitária que abarque as necessidades das/os discentes. ”A gente tem visto a degradação das condições de vida dos Estudantes. As bolsas são insuficientes, um estudante que não trabalha precisa viver com R$ 300. Como é possível o descaso do Governo do Estado da Bahia com as Ueba’s?”, questiona Zoé. 

Iracema Lima, que é docente do Departamento de História (DH) e também foi aluna da Uesb, explicou aos ingressantes quem é a comunidade acadêmica e como ela se organiza, explicitando o funcionamento da Adusb e do Fórum das AD’s, e explicando a composição do Fórum das 12 - que abarca entidades organizadas de luta das três categorias das quatro Ueba’s: docentes, discentes e técnicas/os. 

 

Além de expor os números e o decréscimo nos repasses orçamentários para as universidades em relação à Receita Líquida de Impostos (RLI), a presidenta da Adusb resgatou a luta histórica pelos 7% da RLI para as Ueba’s e 1% para a permanência estudantil. “Hoje, uma das nossas bandeiras de luta é 7% da Receita Líquida de Imposto, com revisão a cada dois anos para investimento e custeio de pessoal, mais 1% para permanência estudantil. Se não houver um investimento para permanência estudantil, as nossas instituições serão espaços vazios”, explanou. 

Nas considerações finais, a discente Zoé Meira chamou as/os estudantes para a luta, enquanto Marcos Tavares apontou incisivamente que orçamento é disputa. A docente e sindicalista, Iracema Lima, concluiu explicando aos/às ingressantes que “se houver greve, a responsabilidade é apenas do governo Jerônimo” e indicando o questionamento: “Qual universidade queremos construir?”, visto que, se a busca é por uma universidade pública, gratuita e socialmente referenciada, precisamos lutar por isso.