ANDES-SN encaminha rodada de assembleia para deliberar os próximos passos da luta
Foto: Andes-SN

Em rodada de assembleias, entre 29 de maio a 7 de junho, docentes irão deliberar os próximos próximas da luta, atualizar consignas e discutir a construção uma nova Greve Geral no país

Na quinta-feira (25), representantes de diversas seções sindicais dos setores das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) e Federais (Ifes) do ANDES-SN se reuniram na sede do Sindicato Nacional, em Brasília (DF), para avaliar o Ocupa Brasília, grande ato realizado no dia anterior, e apontar novos encaminhamentos unificados para a categoria docente.

Na reunião conjunta dos setores, realizada no período da manhã, os docentes indicaram a realização de uma rodada de assembleias de 29 de maio a 7 de junho para deliberar sobre a reafirmação da consigna de “Fora Temer!”, redobrar as lutas para barrar as contrarreformas da Previdência e Trabalhista, revogar a Lei das Terceirizações, e construir uma Greve Geral de 48h com a maior brevidade possível. E, ainda, atualizar as consignas que orientam a política do ANDES-SN até o 62° Conad, que será realizado entre os dias 13 e 16 de julho desse ano, na cidade de Niterói (RJ).

Para Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, a reunião foi muito positiva em diversos aspectos, desde o número significativo de seções sindicais presentes, até a definição dos encaminhamentos para os próximos passos de mobilização da categoria.

 “Tem duas questões centrais na reunião de quinta-feira, que é preciso chamar a atenção. Primeira, é a avalição de que a CSP-Conlutas teve um papel importante no ato, de incentivar os manifestantes a não recuarem, mesmo diante de toda a agressão da polícia. Estávamos ali para manifestar e esse direito estava sendo cerceado aos trabalhadores de todo o Brasil. A Central teve uma posição muito firme de ficar do início ao fim do ato. A segunda questão é que apontamos uma rodada de assembleias para que a base indique a posição do ANDES-SN diante do acirramento da conjuntura, com a possiblidade de saída do Temer perante o conjunto de denúncias contra o presidente ilegítimo. E, a nossa perspectiva, é de termos na próxima reunião conjunta dos Setores uma deliberação que nos conduza até o 62º Conad, quando iremos reavaliar, a partir também das indicações da base, a nossa posição”, disse a diretora, que ressaltou ainda o envolvimento das seções sindicais e a participação dos docentes na manifestação do dia 24 de maio.

 Na reunião conjunta dos Setores, foi destacada a necessidade do debate, nas bases, sobre as diferentes possibilidades de rumos da conjuntura, bem como a construção de uma nova greve geral, dessa vez de 48 horas. Para instigar reflexões para contextualizar o tema e sistematizar possíveis encaminhamentos e deliberações, o texto “Fortalecer a luta dos trabalhadores/as contra as reformas. Fora temer! Greve geral de 48h!” - elaborado pela diretoria do Sindicato Nacional -, foi apresentado às seções sindicais.

“(...) se nossas análises se confirmarem com a queda do ilegítimo governo, abre-se um novo momento político pós Temer. Por conseguinte, junto com a celebração da queda do governo, também temos que ter a tranquilidade e sabedoria de avaliar o novo quadro político, assim como os interesses sociais que estão em jogo na hora de definir uma nova palavra de ordem que oriente as ações do nosso sindicato neste novo cenário”, afirma a nota anexada ao relatório dos setores.

Outros encaminhamentos

Ainda na reunião, foi recomendando aos diretores das seções sindicais, junto com os grupos de trabalho, que continuem construindo atividades e ações locais como estratégia de viabilização para a próxima Greve Geral no país. Os docentes também elaboraram uma nota de repúdio, já publicada, contra a criminalização do ato do dia 24 de maio pela grande mídia e o decreto do governo federal que convocou as forças armadas.

Também foram aprovadas duas moções: uma em solidariedade à luta dos camponeses em diferentes regiões do país, e outra em repúdio à ação criminosa dos latifundiários em relação ao assassinato de trabalhadores camponeses no sul do Pará.

 A próxima reunião conjunta dos setores da Ifes e das Iees/Imes está marcada para o dia 8 de junho, em São Paulo, antecedendo a reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, que ocorrerá de 9 a 11 de junho na capital paulista.