Minicurso aponta relações entre mídia e reprodução das opressões
Participantes das atividades da manhã do dia 8 de março

A professora da UFMT, Qelli Rocha, que ministrou o minicurso “Mídia e (de)formação da consciência de gênero, raça e classe”, na noite do dia 8 de março, do evento trouxe o debate sobre o que nos deixamos influenciar pela grande mídia em relação ao papel de cada ser humano.

O minicurso teve como objetivo compreender como as relações de gênero, raça e sexualidade são caracterizadas pela mídia. Entendendo que a mídia de forma geral, mas principalmente a televisiva, pode ser questionada em vários segmentos, principalmente pelo apelo sexual no uso da figura feminina, propagando e reforçando a violência e dominação/exploração.

Neste sentido, a professora Qelli Rocha levantou questões de como a apropriação da verdadeira arte por parte da mídia e dos meios de marketing/propaganda, o que gerou boa discussão entre os(as) participantes do minicurso.

Para mostrar como esta forma de dominação/exploração está presente e se apresenta de forma sutil, a professora apresentou duas músicas de diferentes estilos e como nós acabamos cantando e divulgando conteúdos que ferem a dignidade da mulher. Este foi o caso da música “Vidinha de balada” de Henrique e Juliano, onde em um trecho apresenta “Vai namorar comigo, sim... Se reclamar, cê vai casar também, com comunhão de bens. Seu coração é meu e o meu é seu também”, numa clara menção de posse sobre a mulher citada na música. Em contraponto, a professora Qelli Rocha, através da música “Mandume” de Emicida, apresenta uma forma de resistência, que num trecho apresenta “Sistema é fai/gasta/ arrasta Cláudia que não raia. Basta de Globeleza/ firmeza? Mó faia!” Lembrando de Cláudia, que não era a Raia, negra, morta arrastada em um carro de polícia e a Globeleza, estereotipada, hipersexualizada, que não representa, mas que reafirma e fortalece o machismo, que também mata.

Este debate apresentado por Rocha, fez com que fosse possível complementar o conteúdo das mesas apresentadas no mesmo dia e deixar para os(as) participantes, alguns temas para reflexão e posterior análise crítica do que a mídia nos oferece, diária e compulsoriamente.

Fonte: Grupo de Trabalho de Política de Classe para Questões Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS).