Servidores de SP conquistam vitória com retirada de PL da Reforma da Previdência de Doria

Os servidores municipais de São Paulo, em luta contra o PL 621 do prefeito Doria – reforma da Previdência que confisca até 19% do salários dos trabalhadores – deram uma lição de luta no último período e, nesta terça-feira (27), perto de completar 20 dias de greve, tiveram importante conquista para o funcionalismo público e a sociedade: a retirada do projeto por 120 dias.

Na tarde de hoje, os trabalhadores estiveram em frente à Câmara de Vereadores. Antes da decisão pelo congelamento da pauta, a categoria deliberou em assembleia pela continuidade da greve e permaneceu no local durante o ato inteiro, para acompanhar do lado de fora as discussões dos vereadores da Casa.

Com possível votação da pauta em sessão de hoje, os trabalhadores pressionaram os parlamentares com muita disposição de luta. E a mobilização causou efeito. Sem os 28 votos necessários, o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM) anunciou o congelamento da pauta por 120 dias.

Até o início dessa semana, com tamanha pressão dos trabalhadores, de 12, o número de parlamentares que passaram a se colocar contra o PL subiu para 21.

Esta é uma importante derrota para o prefeito João Doria, que sairá da prefeitura para concorrer ao governo do estado sem conseguir aplicar a sua reforma da Previdência para o funcionalismo.

A professora da rede pública municipal e integrante do Coletivo Reviravolta na Educação, movimento que constroi a CSP-Conlutas, Dayana Biral, destacou o papel fundamental dos trabalhadores. “O Doria chegou a afirmar hoje que tinha garantido os 28 votos para aprovar a pauta, mas nós acreditamos, desde o início, que a população na rua, a rebelião da categoria é o que possibilitaria a derrubada deste projeto”, afirmou.

Com o recuo do governo, a categoria decidiu em assembleia cessar a greve, que chegou a ter adesão de 94% dos trabalhadores em educação do município. Em assembleia, foi deliberado também que a paralisação será deflagrada novamente caso a pauta seja colocada em discussão após este congelamento de 120 dias na Câmara.

O membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e integrante do Movimento Luta Educadora , Joeferson Almeida, ressalta a força da mobilização da categoria que hoje conquista esta importante vitória. “O movimento lutou contra esse retrocesso dizendo não ao confisco de nossos direitos e salários. E não só. Lutamos porque não aceitamos que extinguam linhas de ônibus, que fechem postos de saúde, que forneçam ração para as crianças comerem, como fez o Doria no ano passado. Ações que privilegiam os banqueiros e grandes empresários e prejudicam os trabalhadores e os serviços públicos que atendem a população. Hoje, cem mil vozes disseram não ao prefeito Doria, não à SampaPrev e sim aos servidores e a vida dessa cidade”, resumiu.

Fonte: CSP - Conlutas

Foto Manchete: via Facebook/Bruno Magalhães