Água ficará mais cara no bolso do trabalhador paulistano com reajuste tarifário de 3,5%

A conta de água terá reajuste de 3,5% a partir de junho. O aumento foi autorizado nesta quarta-feira (10) pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) e ocorrerá em cidades cujo abastecimento é feito pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

A tarifa mínima também será reajustada, ou seja, quem consome até 10 m³ por mês, o valor mínimo passará de R$ 48,30 para R$ 50. Acima disso, de 11 a 20 m³, o valor passa de R$ 3,78/m³ para R$ 3,91/m³.

De acordo com o órgão regulador, o reajuste está sendo feito com base na revisão tarifária da Sabesp, que ocorre a cada quatro anos.

A Arsesp descartou a intenção de criação de um “gatilho” para reajustar automaticamente a tarifa de água e esgoto da Sabesp, em casos de variações consideradas anormais do consumo médio de água na rede. Na prática, esse “gatilho” seria usado se, por exemplo, a população reduzisse muito o consumo bruscamente e gerasse um efeito negativo nas receitas da Sabesp. Essa manobra poderia permitir que a conta de água subisse além da correção inflacionária, como ocorreu durante a crise hídrica (2014-2015). A proposta havia sido cogitada pela empresa e pelo governo há algum tempo para tentar compensar supostos prejuízos do companhia, o que seria um ataque ao bolso da população.

Remédios e acesso à saúde mais caros

Quem precisa cuidar da saúde também vai enfrentar o aumento desses produtos e serviços. A inflação acelerou no mês de abril para 0,22%, com os itens remédio e plano de saúde impulsionando essa elevação.

Os preços dos remédios subiram 1,52% e contribuíram com metade da inflação de abril, assim como saúde privada, que teve aumento de 0,91%. Outros setores como de vestimenta tiveram aumento de 0,62%, seguidos de habitação 0,17%

Enquanto isso, os bancos seguem lucrando

Enquanto os trabalhadores fazem as contas do prejuízo que terão, os bancos contabilizam seus ganhos. No primeiro trimestre desse ano, o Banco do Brasil lucrou R$ 2,749 bilhões, o que representa uma alta em seus rendimentos de 12,5% se comparado ao ano de 2017.

Também tiveram lucros exorbitantes nesse período o Banco Itaú Unibanco, de R$ 6,28 bilhões, com aumento de 3,8% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O Bradesco teve um lucro de R$ 5,102 bilhões no primeiro trimestre, o que representa uma alta de 9,7%. Assim como Santander Brasil cujo lucro subiu para 25,4% no 1º trimestre desse ano.

A crise segue sendo jogada na conta dos trabalhadores

Os reajustes e o aumento da inflação ocorrem em um momento de aumento do desemprego para os trabalhadores. Em São Paulo, quase dois milhões de pessoas estão nessa situação, o que representa 16,9% da população, segundo dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Enquanto os bancos acumulam lucros e os governos seguem tomando medidas para beneficiar os empresários, os trabalhadores acumulam perdas. Não é a toa que os trabalhadores seguem se mobilizando e indo à luta, como as mobilizações de professores e trabalhadores da Educação em várias regiões do país. O caminho é esse: a luta.

 

Fonte: CSP-Conlutas