Mesa redonda destaca necessidade de organização e mobilização da classe trabalhadora contra os ataques do capital
Foto: Adusb

Na última sexta-feira, dia 10 de agosto, o GT de Política de Formação Sindical (GTPFS) promoveu na sede da Adusb de Vitória da Conquista a mesa redonda: Governo e patrões impõem crise social para trabalhadores, juventude e povo pobre.

O evento fez parte da programação do “Dia do Basta”, com objetivo de marcar a luta da classe trabalhadora brasileira contra o desemprego, as reformas trabalhistas e da previdência, a lei da terceirização e o ataque aos direitos trabalhistas. Pela manhã, a Adusb participou do ato realizado no centro de Vitória da Conquista (veja mais colocar link).

Ana Cristina Silva Novais, presidente do Sindicato do Magistério Sindical Público de Vitória da Conquista (SIMMP), participante da mesa discorreu sobre a greve dos professores municipais. Paralisados desde o dia 20 de julho, a categoria reivindica o reajuste salarial de 6,81% que foi repassado pelo Ministério da Educação à Prefeitura Municipal, através do Fundo Municipal de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). 

Sem avanços na negociação com o governo municipal, outra luta do sindicato docente é a aprovação do plano de carreira para os cerca de 400 monitores, que atuam na regência em salas de 2 e 3 anos. A presidente do SIMMP lamenta que “ao invés de avançar, os professores (municipais) estão tendo que lutar para manter a carreira” e ressalta “(a categoria) não está disposta a perder os direitos e que continuarão na luta”.

Thaís Oliveira, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uesb de Vitória da Conquista, denunciou as altas taxas de desemprego provocadas pela Reforma Trabalhista. Entre a população ativa, de 15 a 60 anos, 13,1%, ou seja, cerca de 13,7 milhões de brasileiros estão sem trabalho. Na população jovem brasileira (ativa), o índice de desemprego é maior, 28,1%.

A atual crise do transporte público conquistense também foi destacada pela representante discente. Foi pontuada como “prejuízo na formação”, de muitos estudantes da Uesb e de outras instituições de ensino que, devido a frota insuficiente, estão impossibilitados de frequentar as aulas normalmente. A estudante de Jornalismo ressaltou que “a organização e mobilização estudantil” e “chamar a população para discutir” são ações fundamentais para cobrar do governo municipal a solução dessa crise no transporte público. Saiba mais sobre a crise .

O professor Alexandre Galvão, também participante da mesa, expôs a política nacional de socorro aos bancos privados e ataque aos direitos trabalhistas. A Emenda Constitucional 95/2016, que limita os gastos públicos por 20 anos, principalmente na saúde e educação, foi apontada como “a expressão maior da destruição dos direitos sociais” conquistados pelos trabalhadores ao longo dos anos. Estudo do Conselho Nacional de Saúde mostra que os efeitos da EC 95/2016 causarão redução de mais de R$ 48 bilhões na saúde até 2036. Com a EC 95, a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de que os investimentos em educação cheguem a 7% do PIB em 2019 e 10% até 2024 será impossível de ser cumprida. Saiba mais sobre o PNE:

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O palestrante chamou a atenção para a volta da Reforma da Previdência à pauta de votação nacional. Entre outros ataques, se aprovada essa Reforma, homens só poderão se aposentar a partir dos 65 anos e mulheres dos 62 anos. Atualmente não há idade mínima para aposentadoria. Além da idade, serão necessários 40 anos de contribuição para receber o valor integral da aposentadoria. E conclui, “é hora de reorganizar a classe trabalhadora para que possa resistir a esses ataques”.