Congresso do Andes promove fortalecimento da categoria e aprova paridade de gênero na diretoria
Membros da delegação da Adusb no 38º Congresso Nacional do Andes

Em tempos de acirramento da política de retirada de direitos, os trabalhos do 38º Congresso Nacional do Andes, realizado em Belém do Pará, reafirmaram o papel do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (Andes) na linha de frente da luta da classe trabalhadora.

A defesa da liberdade de cátedra, a autonomia e democracia das Instituições de Ensino Superior, financiamento público, oposição intransigente contra a reforma da previdência e pela regulamentação das cotas étnico-raciais no serviço público continuam sendo os temas de luta da categoria docente.

Alexandre Galvão, membro da delegação da Adusb, ressalta que o “congresso do Andes evidenciou a enorme disposição da categoria de enfrentar o conjunto de ataques que se avizinha”. Para o professor, “nenhum sindicato sozinho, por mais organizado e atuante que seja, será capaz de reverter os ataques do capital ao trabalho”, daí a importância da unidade e organização dos trabalhadores. Nesse sentido, “o Andes-SN, assume, mais uma vez, um papel protagonista no processo de reorganização, contribuindo decisivamente para a construção de uma nova greve geral no Brasil”.

Segundo a representante da diretoria da Adusb no Congresso, Iracema Lima, a maior participação de delegados e delegadas da história do evento sinaliza “a importância e a confiança que os professores e professoras depositam no Sindicato Nacional”.

Centralidade da luta

“O grande desafio da centralidade da luta aprovado no 38° Congresso será o empenho da base do Andes-SN na construção de uma Frente Nacional Unitária, cujos objetivos são: mobilizar a classe trabalhadora para barrar e revogar as contrarreformas, - trabalhista, EC 95 e da Previdência- ; defender as liberdades democráticas, os direitos sociais e os serviços públicos”, ressaltou Alexandre.

A professora Cleide Lima, participante da delegação da Adusb, compartilha a ideia e afirma que a reflexão mais importante do Congresso foi a “busca pela construção de uma grande unidade da classe trabalhadora para enfrentar a retirada dos direitos e os ataques dos governos de extrema direita e também dos ditos de esquerda aos nossos direitos conquistados. É preciso, mais do que nunca, unidade na luta para fortalecermos a resistência!”.

Conquista feminista

A aprovação da paridade de gênero na diretoria do Sindicato Nacional foi outro marco do 38º Congresso. Em função da estrutura patriarcal e machista da sociedade, as mulheres nunca tiveram as mesmas possibilidades de ocupar os espaços políticos, especialmente em cargos de liderança, como os homens.

“Foi uma decisão acertada, importantíssima e uma grande vitória das mulheres organizadas. Sempre estivemos na luta, construindo ombro a ombro com os homens a resistência a toda forma de exploração e, muitas vezes, fomos protagonistas delas”, destacou Cleide. E finaliza, “considero que avançamos na luta por um mundo mais justo e menos desigual”.

A luta nas Universidades Estaduais

A delegação da Adusb também denunciou o sucateamento do patrimônio universitário, o ataque à carreira e a perseguição política dos últimos anos às universidades estaduais baianas, bem como ao movimento docente.

Nesse sentido, Alexandre Galvão lembra que “no plano de lutas do setor das IEES-IMES aprovado no Congresso, destaca-se a necessidade de enfrentamento aos governos estaduais que adotam os ‘ajustes fiscais’ como estratégia para atacar os servidores públicos estaduais, com objetivo de transferir o fundo público para o setor privado”. Assim, a participação no Congresso foi fundamental para aprofundar o debate e fortalecer a seção sindical para o avanço na luta na Bahia.