Fundo de Solidariedade estará disponível para empréstimos até 1 de julho

Os professores das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) tiveram salários cortados pelo governo Rui Costa durante a greve da categoria. Para ajudar financeiramente esses docentes, a Adusb criou um Fundo de Solidariedade para o oferecimento de empréstimos, mantido com recursos do Fundo Permanente de Mobilização e contribuições individuais de docentes. Entre maio e junho, 146 professores da Uesb foram atendidos e mais de R$ 251 mil disponibilizados. Com autorização da assembleia, foram transferidos R$ 300 mil do Fundo Permanente de Mobilização, financiado exclusivamente com recursos próprios, para o Fundo de Solidariedade. Novas solicitações podem ser feitas por filiadas e filiados da Adusb até o dia 1 de julho.

Empréstimos

Todos docentes filiados que tiveram cortes integrais ou parciais nos salários nos meses de abril, maio ou junho, poderão pedir empréstimo de até R$ 2 mil. Até o momento todas as demandas foram atendidas, contudo, caso haja necessidade, serão atendidos prioritariamente os que cumprirem os seguintes critérios: serem dedicação exclusiva; possuírem dependentes; não terem outra fonte de renda familiar; estarem em processo de mudança de regime de trabalho para dedicação exclusiva, sem outro vínculo empregatício.

Quem desejar pedir o empréstimo deve se dirigir à secretaria da Adusb do seu campus para obter detalhes do processo. Os empréstimos serão garantidos pela Adusb e o dinheiro ressarcido ao sindicato quando os salários forem pagos.

Leia mais sobre o pagamento dos salários.

Financiamento e autonomia

O Andes-SN foi um dos primeiros sindicatos a se manifestarem contra a estrutura sindical autoritária do Brasil. Uma posição política marcante desse processo é a rejeição ao imposto sindical, que autorizava descontos compulsórios nos salários. A Adusb e as demais seções sindicais do Andes-SN são financiadas exclusivamente por contribuições voluntárias de filiadas e filiados.

Em 2011, a assembleia da Adusb aprovou contribuição mensal voluntária de 1,2% do salário, sendo 0,2% especificamente para o Fundo de Mobilização Permanente. Desde então os recursos são utilizados para fazer a luta por melhores condições de trabalho e uma educação pública de qualidade, sempre com autonomia política e financeira.

Apesar de informações falsas que são divulgadas e que ganharam força com a vitória do governo Bolsonaro, a Adusb sempre foi financiada exclusivamente com as contribuições voluntárias de seus sindicalizados.

Para Sérgio Barroso, que é diretor da Adusb e foi da Comissão de Finanças do Comando de Greve, a autonomia financeira do sindicato é fundamental para que possa fazer a luta, independente de partidos, governos e reitorias. “Em nossa sociedade, onde tudo vira mercadoria, é monetizado, inclusive nossos direitos e nossa qualidade de vida, um sindicato sem autonomia financeira é inviável. Daí os vários ataques, tanto na esfera federal quanto na estadual, de governos que tentam dificultar a arrecadação das contribuições sindicais voluntárias. Os governos se colocam a serviço dos interesses dos patrões, para enfraquecer um dos principais instrumentos de luta da classe trabalhadora” defendeu Barroso.

Solidariedade sindical

Durante o ato público realizado no dia 25 de abril, o presidente do Andes-SN, Antônio Gonçalves, manifestou apoio incondicional do Sindicato Nacional à greve, inclusive financeiro. Recursos do Fundo Nacional Permanente de Solidariedade foram disponibilizados e doações foram solicitadas às demais seções sindicais do Andes-SN para contribuição aos professores das Universidades Estaduais da Bahia. Após avaliação da situação financeira e das demandas de cada associação docente, o Fórum das ADs indicou a utilização dos referidos recursos pela Aduneb e Adusc, que ainda não possuem fundos próprios de solidariedade.

Fonte: Adusb com informações do Andes-SN