Em semana decisiva para votação da Reforma da Previdência, Centrais preparam novas mobilizações e reúnem-se com deputados

A discussão da Reforma da Previdência entra em uma semana decisiva, em que a Comissão Especial pode votar o relatório final sobre a proposta, para que em seguida o texto possa ir à votação no plenário da Câmara dos Deputados. O governo Bolsonaro e sua base articulam a todo vapor para votar a reforma na Comissão até esta quinta-feira (27) e fazer a primeira votação no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar no dia 18 de julho.

Representantes das centrais sindicais estão em Brasília desde ontem para uma série de atividades no Congresso, bem como para definir as próximas mobilizações que serão convocadas para barrar a Reforma da Previdência.

O relatório apresentado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB) no último dia 13, apesar de algumas alterações, manteve os eixos principais da reforma proposta pelo governo Bolsonaro, como a exigência de idade mínima, aumento no tempo de contribuição, redução no cálculo dos benefícios e no pagamento do PIS, entre outros ataques.

Na Comissão, deputados seguem discutindo e apresentando emendas, mas a essência da reforma segue a mesma. Em resumo, seguem intactos os objetivos do governo Bolsonaro, que é impedir que os trabalhadores brasileiros se aposentem e acabar com os benefícios previdenciários que hoje são garantidos pelo INSS. A reforma de Bolsonaro consegue ser pior que a que foi apresentada por Temer.

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Reuniões e novo calendário de luta

Na última terça-feira, pela manhã, as centrais sindicais reuniram-se com os líderes dos partidos da oposição para saber como estão as discussões no Congresso e sobre a estratégia dos parlamentares da minoria para a votação na Comissão. Os partidos de oposição já anunciaram que irão votar contra o relatório e buscam garantir que a votação seja adiada para que haja mais tempo para discussão.

As direções das centrais sindicais também estão se reunindo desde ontem e discutindo ações para intensificar a mobilização contra a reforma.

O integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha, está em Brasília e informou que será definido um novo calendário de lutas e a orientação já definida pelas centrais é manter um estado de mobilização permanente.

“A hora é de pressão total sobre o governo e o Congresso. Por isso, devemos retomar a realização de assembleias nas fábricas e locais de trabalho, fazer pressão sobre os deputados, principalmente em suas bases eleitorais, ações nos aeroportos, bem como a realização de novas mobilizações no país”, explicou Mancha.

No próximo dia 12, estudantes e trabalhadores da Educação realizarão um ato em Brasília em defesa da educação e das aposentadorias. As centrais discutem outras mobilizações para intensificar a luta.

“Está em discussão um dia nacional de mobilização nos estados, a realização de um Ocupa Brasília, como ocorreu em 2017, e a convocação de uma nova Greve Geral, mas tudo está dependendo de como vai ocorrer a tramitação da reforma no Congresso”, informou.

“A CSP-Conlutas defende que somente a mobilização da classe trabalhadora pode barrar essa reforma e impedir o fim das aposentadorias. A tarefa das centrais e de todos os que dizem defender os trabalhadores é fortalecer a luta e a mobilização para barrar esse ataque”, disse Mancha.

“Essa reforma precisa ser rechaçada na íntegra, porque não basta negociar mudanças pontuais, pois isso não resolve e só vai ajudar o governo a aprovar o fim das aposentadorias. Aposentadoria não se negocia”, concluiu.

Assim que as centrais sindicais definirem o novo calendário de lutas, a CSP-Conlutas fará ampla divulgação e orientação às suas entidades e movimentos filiados.

 

Fonte: CSP - Conlutas